Se você já investe ou tem o hábito de ler sobre investimentos, provavelmente já se deparou com os termos ágio e deságio.
Mas você sabe o que eles significam?
Se a resposta é não, a falta de conhecimento pode estar fazendo você perder dinheiro. Vamos a alguns exemplos práticos que ilustram essa afirmação.
Primeiro, pensemos no contexto de um consumidor comum que decide fazer compras em uma viagem internacional. Ao adquirir um produto em moeda estrangeira no cartão de crédito, por exemplo em dólar, você poderá observar em sua fatura uma estimativa do valor da compra. Por que isso acontece?
Porque o valor da taxa de câmbio do dólar que você pagará será ajustado para o preço cotado no dia do fechamento da fatura.
Portanto, caso a cotação fique abaixo do preço do dia da compra, você terá um “desconto”, denominado deságio, que o beneficiará. Obviamente, o oposto também é verdadeiro, portanto, se a cotação da moeda permanecer acima do preço do dia da compra, você terá que pagar um “acréscimo” por essa diferença. Isso significa que ocorreu um ágio sobre o valor.
Vale ressaltar que esse modo de cobrança dos cartões de crédito pelos bancos têm prazo para terminar. O banco central definiu em novembro de 2018 que, a partir do dia 1º de março de 2020, a cotação usada seja a do dia em que a compra foi feita para que você possa saber exatamente o quanto está gastando. Até lá, no entanto, é importante ficar atento às variações cambiais para evitar maiores surpresas.
Agora vamos entender como os conceitos podem ser aplicados dentro do mundo dos investimentos, com um cenário muito comum dentro da rotina do investidor, as operações de compra e venda no mercado de bolsa de valores.
No momento que uma empresa apresenta depreciação no preço de suas ações, ou seja, tem elas negociadas a um valor inferior ao seu valor patrimonial, entende-se que houve um deságio no preço do papel. O investidor que souber se beneficiar desta situação, portanto, poderá comprar as ações por um preço melhor, abaixo do valor a mercado, com a expectativa de que ela retorne em algum momento ao valor equivalente ou igual ao patrimônio líquido real da companhia.
Um exemplo negativo de deságio, por sua vez, ocorre quando investidores resgatam um título de renda fixa antes da data do seu vencimento. Neste momento, bancos e corretoras podem cobrar sua porcentagem pela antecipação e além disso o valor recebido pela venda do título é a preço de mercado, podendo ser inferior ao preço de compra devido a oscilação do seu valor que é influenciado pelas expectativas de redução ou queda da inflação e da taxa de juros.
Conhecendo com mais clareza os conceitos, a pergunta que fica é:
Existem duas formas, dependendo da situação em questão.
Para identificar, nos casos anteriores, se a oferta de compra de uma ação está barata, com deságio, ou cara, com ágio basta utilizar a equação abaixo:
No qual VPA equivale ao valor patrimonial da ação.
Se o resultado for menor que 1, representa que o preço de mercado da ação está com deságio, desvalorizada. Se for igual a 1 o preço de mercado é equivalente ao preço real, e se for maior que 1 significa que a ação está supervalorizada, com ágio.
No último exemplo, para analisar a rentabilidade do título de renda fixa, como primeiro passo devemos calcular sua cotação.
No qual a variável taxa equivale a variação da taxa Selic no momento da compra e d.u. a quantidade de dias úteis.
Se o título estiver sendo vendido sem ágio ou deságio a cotação será igual a 100.
O segundo passo é encontrar o valor nominal atualizado (VNA) projetado do Tesouro Selic (LFT), a partir da meta para a taxa Selic definida no período pelo Banco Central:
Por fim, temos o preço de venda do título:
Então encontramos a rentabilidade que o investidor teria em caso de venda antecipada:
Na Lotus Capital você encontra profissionais especializados no assunto que podem orientá-lo a fazer todos os cálculos que vimos neste artigo, ou esclarecer dúvidas que surgirem sobre a análise de uma oportunidade no mercado financeiro, para que sejam tomadas as melhores decisão no momento de entrar em um investimento, seja ele de renda fixa ou renda variável.
Autora: Suellen Santana – Especialista em Renda Variável
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